Desde que assumiu a Presidência da República, há mais de uma década, o Partido dos Trabalhadores nunca se preocupou em impor limites entre os interesses partidários e as atribuições de suas figuras públicas. Recentemente, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, demonstrou isso ao manter encontros secretos com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com advogados de empreiteiros presos pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e ao assumir o papel de advogado da presidente Dilma Rousseff após a divulgação da lista de políticos que serão investigados pelo petrolão. Nesta quarta-feira, foi a vez da própria presidente chamar para uma reunião fora de sua agenda oficial o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Dias Toffoli, que na noite de ontem havia pedido a transferência de Turma na corte para participar do julgamento de políticos na Lava Jato – e provavelmente assumir o comando de futuros julgamentos relacionados ao caso.

A reunião de Dilma com Toffoli só foi incluída depois das 9 horas desta quarta e durou cerca de uma hora e meia. Na noite de ontem, a presidente passou quatro horas reunida com o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Alvorada.

José Dias Toffoli negou que o petrolão esteve em pauta na conversa com Dilma. “Foi apenas uma questão de circunstância e coincidência”, disse Toffoli, segundo quem a reunião com a presidente teve a finalidade de debater um projeto de unificação dos documentos de cadastro do cidadão brasileiro pela Justiça Eleitoral.

O atual relator do petrolão no Supremo, Teori Zavascki, deixará a presidência da Segunda Turma, responsável pelo julgamento de eventuais denúncias contra políticos, em maio e deve ser sucedido por Toffoli na presidência do colegiado. A relatoria, porém, continuará sob responsabilidade de Zavascki.

Com Veja

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