Depois de passar quase todo um semestre sem praticamente nada produzir, a Câmara Municipal de Campina Grande entrou em ritmo de “regime concentrado”, prática antiga e perniciosa que permite aos vereadores votarem projetos de leis e requerimentos em bloco, nos finais de ano, dispensando inclusive discussões e a apresentação de eventuais emendas.

As pautas gigantes que deixam passar tudo acabam colocando o próprio Poder em “saia justa”, fazendo feio aos olhos da sociedade.

Um exemplo perfeitamente acabado dessa falta de planejamento e de elencar as prioridades locais com razoável organização aconteceu na sessão ordinária do último dia 28 - e somente ontem tornado público - quando a Casa Félix Araújo, por propositura do vereador-professor Miguel Rodrigues, acabou aprovando sem nenhuma discussão uma moção de pesar (requerimento 2.197/14) pelo falecimento do ator mexicano que interpretava o personagem Chaves, recentemente falecido – Roberto Bolaños.

Miguel justificou a propositura informando que Chaves nasceu na cidade do México em 21 de fevereiro de 1929 e ficou mundialmente conhecido por criar os personagens Chaves e Chapolim Colorado’, seriados até hoje exibidos na televisão brasileira, pela emissora SBT – Sistema Brasileiro de Televisão.

O vereador solicitou ainda que a Câmara Municipal de Campina Grande envie correspondências comunicando a decisão aos Srs. Azcárraga Jean, presidente da Televisa; Guilherme Stoliar, Presidente do SBT; e Marcelo Antunes, da TV Borborema em Campina Grande.

AUTÓDROMO E CIDADANIA PARA AÉCIO

A pauta gigante da Câmara tem ainda outras matérias polêmicas, que certamente serão votadas sem análise, dentre elas o projeto de autoria do vereador Bruno Cunha Lima que concede cidadania campinense ao senador Aécio Neves, candidato do PSDB derrotado à Presidência da República.

Outro requerimento (1.670/14), já aprovado também ao afogadilho - de autoria do vereador Vaninho Aragão -, autoriza a Prefeitura Municipal de Campina Grande a construir na cidade um Autódromo para a competição de carros de corrida.

A justificativa é de que o equipamento estimulará o turismo e o comércio local.

Para Vaninho, “a construção desse autódromo significará uma fonte importante para geração de emprego e renda para os campinenses. Esse beneficio implicaria ainda na divulgação da cidade de Campina Grande a nível nacional proporcionando a entrada de receitas em impostos, hotéis lotados, restaurantes e comércios afins aquecidos durante a realização do evento”.

Ele ensina na propositura que “um autódromo é uma instalação especificamente preparada para a realização de competições de velocidade ou performance em geral de veículos automotores do automobilismo e motociclismo, que incluem desde caminhões até motocicletas e carros e outros veículos especialmente modificados.

Com Marcos Maivado Marinho/Tião Lucena

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