
O arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, andava
afastado das controvérsias políticas desde que o governador Ricardo Coutinho
(PSB) assumiu o cargo, em 2011. Neste domingo, contudo, ele publicou um artigo
no Correio da Paraíba que deve levá-lo de volta à berlinda. Pagotto usou o
espaço semanal que tem no impresso para defender a gestão do PSB e dizer que a
luta de Ricardo contra práticas coronelistas tem lhe rendido "ataques
diuturnos" de quem tentaria deturpar os fatos e os feitos do chefe do executivo
paraibano.
Confira a íntegra do texto:
Placas e obras
A prestigiosa reportagem concedida por Ricardo Coutinho ao
CP (Ed. 6.01 pp., Cad. A. 6-7) provoca em nós um sentimento de viva esperança
na condução do governo do nosso Estado. Com a sua frase de efeito, “podem
faltar placas, mas não faltam obras”. RC sintetiza o projeto de Estado, há
tempo esperado, em execução. Sob o comando de RC, o Estado faz economia de
guerra para alavancar recursos e aviar o desenvolvimento com inclusão e justiça
social.
Reconhecemos a visão de futuro e o esforço de RC, colocando
técnicos/as qualificados/as no primeiro escalão de sua equipe de trabalhos,
atendendo à lógica administrativa da gestão pública. O perfil de competência
técnica do quadro de colaboradores diretos supera a prática viciada e habitual
de prover cargos de confiança,
dispostos aos apaniguados políticos.
Não há espaço para práticas administrativas coronelistas,
responsável pelo atraso do desenvolvimento de nosso povo e do nosso Estado.
Embora isso custe o alto preço de ataques diuturnos,
tentando deturpar fatos e feitos, denegrindo o estilo e imagem do preposto à
gestão moderna. “E pur la nave và e si tira avante la vita”. A vida segue
adiante, o barco prossegue o rumo.
Críticas construtivas são bem vindas quando acompanhadas de
propostas viáveis. RC endureceu posições compondo seus quadros na difícil
missão de qualificar de forma técnica a máquina pública, não raro, habituada a
benesses.
A lógica de gestão moderna qualifica pessoas e as
profissionaliza, seguindo os parâmetros técnicos e orçamentários, atendendo as
várias esferas administrativas, a exemplo dos dez mil professores concursados,
absorvidos nos dois anos de governo estadual. O investimento nas vocações e
áreas produtivas é um grande desafio para o nosso Estado, sem o que, não
haveria crescimento, mas a reprodução da dependência.
Seria ilógico esvaziar o erário, numa operação suicida,
pois, “quem só dá o que tem se esvazia e a pedir vem”. A percepção de um
estadista se sujeita a um projeto estratégico planejado para o Estado crescer
para além de um programa de governo de 4 ou de 8 anos. Daí a sugestiva frase de
RC que sintetiza a intenção e a prática de uma nova fase propulsora fazendo com
que o povo se desenvolva e a Paraíba cresça em bases sólidas de projetos de
inclusão.
A referida entrevista demonstra que os trabalhos planejados
estão sendo aviados. A Paraíba não pode depender apenas dos quadros do
funcionalismo que absorve quase 50% de nossa população. A Paraíba precisa
expandir a sua capacidade produtiva, contando com a iniciativa privada nas
principais esferas do agronegócio, convivendo com a moderna agricultura
familiar, com a indústria, favorecendo o micro e médio empreendedor, bem como o
comércio, tal que se incentive o regime associativo e cooperativo que não se
confunde com corporativismo de grupos privilegiados.
Há necessidade de otimizar a sintonia e o diálogo entre as
esferas setoriais de grandíssima responsabilidade, principalmente a Saúde,
Educação, Finanças, Infraestrutura.
A área da Segurança Pública e Cidadania, não obstante o
esforço hercúleo de seus responsáveis, depara-se com ações criminosas cada vez
mais ousadas dos bandidos e gangues do narcotráfico. O povo clama por
segurança, inspirada nas estratégicas adotadas no Rio (UPPs).
Na democracia participativa que a busca de todos e de cada
um de nós seja pelo desenvolvimento de ações conjuntas, permitindo a inclusão
com justiça social, garimpando oportunidades de
capacitação e trabalho qualificado para a população, superando agressões
diuturnas ao governador, chegando ao rumo de ofensas pessoais, tentando
ultimamente, envolver a primeira dama. O expediente dos que se habituaram às
práticas retrógadas comentam com desdém: “a empresa vai mal, mas os seus sócios
vão muito bem, obrigado”.
D. Aldo Pagotto é Arcebispo da Paraíba