O
vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), disse nesta
segunda-feira (28) que pode ter ocorrido falha humana no pouso forçado
com o avião que conduzia o Governador Ricardo Coutinho (PSB) na última
sexta-feira (25). Segundo ele, o piloto teria esquecido de acionar o
trem de pouso, provocando o acidente. A Aeronáutica alegou que
confirmará a causa do acidente somente após o laudo técnico, que será
concluído em até um ano e publicado no site do Centro de Investigação de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O piloto Nilton Pinheiro informou
durante a perícia que só se pronunciará após o relatório.
Segundo o tenente-coronel Luiz Cláudio Veloso Gonçalves, perito
integrante da comissão do Serviço Regional de Investigação e Prevenção
de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), não é possível confirmar a
informação até a conclusão do laudo pericial. “É possível que tenha
havido falha humana ou do equipamento. Ele arremeteu na primeira
tentativa e aconteceu o acidente na segunda, é possível que ele tenha
esquecido de acionar o trem de pouso ou que o equipamento não tenha
funcionado. Podemos afirmar que houve uma aterrissagem sem trem de
pouso, isso é fato e não depende de análise. Não podemos adiantar nada
até a conclusão do relatório. A comissão de investigação é
multidisciplinar e além do que vimos, ouvimos e fotografamos durante a
perícia, o piloto deve ser ouvido ainda por psicólogo e médico. As
conclusões serão divulgadas no relatório final”, afirmou Veloso.
De acordo com Rômulo Gouveia, o piloto esqueceu de acionar o trem de
pouso da aeronave. Na avaliação do vice-governador, se de fato tivesse
acontecido um problema técnico o piloto deveria ter comunicado o fato
aos passageiros, destacou que eles estavam sem cinto de segurança e
também que o piloto deveria ter tentando falar com a torre de comando.
“Na primeira tentativa no pouso, ele arremeteu por causa dos ventos
fortes. Ele havia feito o procedimento normal de baixar o trem de pouso,
então arremeteu e recolheu o trem. Na segunda tentativa, ele esqueceu
de acionar”, afirmou o vice-Governador. Segundo a Secretaria de
Comunicação da Paraíba, o governo ainda não tem conhecimento do teor do
laudo pericial realizado na aeronave, e por isso não confirma a versão
apresentada por Rômulo Gouveia.
O caso aconteceu no dia 25, no Aeroclube no distrito de São José da
Mata,em Campina Grande. Atravésde nota oficial, a Secretaria de
Comunicação disse que informações preliminares apontam a existência de
uma falha no trem de pouso, o que teria obrigado o piloto a fazer um
pouso forçado no aeroclube, local onde já estava previsto o pouso.
Quatro pessoas estavam na aeronave, o governador Ricardo Coutinho, o
secretário-executivo do Programa de Aceleração do Crescimento, Ricardo
Barbosa, o ajudante de ordens, capitão Anderson Pessoa e o piloto da
aeronave. Ninguém ficou ferido.
Conforme o vice-Governador Rômulo Gouveia, apesar da experiência do
piloto que possui três mil horas de voo com o modelo Sêneca que guiava
no dia do acidente, houve um incidente humano comum. “É natural que ele
estava nervoso porque era seu primeiro voo com o Governador. Se houvesse
algum problema técnico, ele não poderia ter pousado, deveria retornar
para João Pessoa, consumir o máximo de combustível possível, acionar o
Corpo de Bombeiros para prestar socorro e evitar a possibilidade de
incêndio, acionar o sistema de espumas e então pousar de barriga.
Naquela pista não havia estrutura física para isso”, explicou Rômulo
Gouveia.
O avião bimotor pertencente ao Governo da Paraíba foi retirado da
pista no último sábado (26), após a perícia da Aeronáutica. Com o
auxílio do 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Campina Grande, todo o
combustível foi retirado do tanque da aeronave ainda no sábado, para
evitar risco de incêndio. O modelo continua guardado em um galpão no
Aeroclube de Campina Grande e deve ser transportado para João Pessoa,
segundo o chefe da Casa Militar, coronel Fernando Chaves.
Com G1