O ser humano e sua mania de gostar de sentir nostalgia. Loucura então, gostar do passado como se ao rever os fatos uma maquina levasse a trinta e cinco anos atrás onde se existia felicidade. Não culpo o desejo, culpo a falta de incentivo de querer um futuro feliz e não um passado, apenas por questões lógicas.
Olhamos para trás e vemos todos os planos que foram traçados um dia, vemos também aquilo que era pra dar certo e não deu. Olhar para trás sempre foi mais fácil do que traçar uma nova reta, um novo caminho. Sempre foi mais cômodo ver as coisas que não deram certo do que tentar acertar as coisas. Esse comodismo todo causou até hoje a dependência de muitos em um sofá, não é piada! É como ouvir um velhinho com um cigarro entre os dedos, uma xícara de café, em um banco dizendo que no seu tempo existia saúde, o povo era feliz e não precisava de tanta coisa. Tão tosco, mas talvez seja verdade isso que é tão clichê entre os mais velhos. Já existiu felicidade um dia.
O jovem tem em si esse pensamento, que por mais difícil que seja as coisas vão piorarem. O tempo de ser feliz já passou e o que vir agora é lucro. Insisto em dizer que o mal do século é a solidão. E cada dia mais acredito sem querer desanimar muitos que não existe uma vida feliz e sim momentos felizes. O lado positivo disso é que a vida é feita de episódios e qualquer um desses pode ser "O momento feliz".
Sinto inveja de tempos passados onde nostalgia não existia, essa vontade de querer voltar no tempo. Se hoje você se lembra de algo que te fez feliz não queira voltar lá e viver de novo, viva como se o amanhã fosse mais um episódio do seu livro. Colecione momentos felizes não para querer revê-los depois e sim para ser ser algo concreto apenas. Maquina do tempo não existe, mas existe memória, ainda guardo lágrima de ontem e sorrisos de dez anos atrás.
Mas ainda vamos continuar ouvindo a frase: "eu era feliz!" Sentiremos inveja talvez. Eu sinto. Sempre admirei sorrisos verdadeiros, sempre admirei o que é ser feliz de verdade. E tudo isso um dia ficou para trás numa esquina qualquer, numa placa qualquer, até que se possa ter a coragem de relembrar. De reviver.
Matheus Milor
