A
chuva prejudicou parte dos eventos previstos com a presença do Papa
Francisco no Rio de Janeiro. A missa e a vigília previstas para
ocorrerem no Campo da Fé, Zona Oeste, tiveram de ser transferidas para
Copacabana. Mas o frio e a chuva não espantaram os fiéis durante o
quarto dia de permanência do pontífice no país. Francisco visitou a
comunidade de Varginha, em Manguinhos, entrou na casa de alguns
moradores e falou sobre corrupção e fé em discursos aos peregrinos. Em
Copacabana, tomou mate de uma cuia e trocou de solidéu. "A fé de vocês é
mais forte que o frio e a chuva", disse Francisco.
Em sua chegada a Varginha pela manhã, o
Papa Franciso recebeu um colar com as cores do Brasil, que ele vestiu
sobre suas vestes sacerdotais. Antes de discursar em um campo de
futebol, ele ainda visitou uma família da comunidade, permanecendo cerca
de 10 minutos dentro da casa.
"Eu falei: seja bem vindo Papa Francisco, a
casa é sua. Ele respondeu que temos uma família linda e que já nos
amava antes nos conhecer", contou a dona de casa Maria da Penha dos
Santos, uma das moradoras que recebeu o Papa na casa de número 81 na
comunidade.
Francisco falou sobre corrupção em
discurso na comunidade e pediu aos jovens que "nunca desanimem, não
percam a confiança, não deixem que se apague a esperança" frente as
"notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o
bem comum, procuram o seu próprio benefício".
"A realidade pode mudar, o homem pode
mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se
acostumarem ao mal, mas a vencê-lo", afirmou o pontífice.
Por volta das 17h30, Francisco chegou de
helicóptero ao Forte de Copacabana e, de papamóvel, percorreu o trajeto
do Posto 6 até o Leme.
Pelas ruas de Copacabana, o papa chegou a
trocar seu solidéu branco por um oferecido por um peregrino e tomou um
chimarrão esticado a ele por um dos fiéis ao papamóvel. Sempre
sorridente, o Papa acenou e beijou crianças pelo caminho.
Na cerimônia de acolhida aos jovens, ele
citou seus antecessores, João Paulo II e Bento XVI e pediu um minuto de
silêncio em homenagem à estudante Sophie Morinière, que morreu em um
acidente na Guiana Francesa em um acidente de um ônibus de peregrinos
que vinham para a Jornada Mundial da Juventude na última quarta (17).
"Sempre ouvi dizer que o carioca não gosta
de frio e de chuva. A fé de vocês é mais forte que o frio e a chuva.
Parabéns!", disse o Papa, que foi aplaudido. Ele também assistiu à
apresentação com a participação da cantora Fafá de Belém, que beijou as
mãos do pontífice.
“Bote fé, bote esperança e bote amor”, disse também Papa Francisco durante uma homilia.
Mais cedo, o Papa também recebeu uma
camisa da seleção brasileira de presente e abençoou esportistas em
cerimônia fechada no Palácio da Cidade, na Zona Sul. Ele recebeu uma
camisa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) das mãos do presidente da
entidade, Carlos Arthur Nuzman, e deu a bênção a atletas como o
ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, que luta contra um câncer no
cérebro.
A missa de encerramento da Jornada Mundial
da Juventude que estava prevista para domingo (28) no Campo da Fé, em
Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, foi transferida para a Praia de
Copacabana, na Zona Sul.
A vigília que ocorreria no sábado também
mudou de lugar. Segundo o Comitê Organizador da JMJ, o mau tempo tornou a
realização impraticável, já que o local amanheceu tomado por lama nesta
quinta (25). A informação foi confirmada pelo arcebispo do Rio, dom
Orani Tempesta.