A Prefeitura de Piancó, por exemplo, oferece R$ 12,5 mil, além de um
pacote “tudo pago”: o médico que quiser trabalhar na cidade, terá
alimentação, moradia e transporte por conta da Prefeitura. Se já não
bastasse, os médicos de Piancó só trabalham quatro dias por semana,
prática recorrente também na maioria das cidades do interior. Mesmo
assim, o município ainda tem um déficit de seis profissionais.
Segundo o
Conselho Regional de Medicina (CRM), outras cidades pagam ainda mais,
como Nova Olinda (R$ 15 mil). É tentando suprir essa carência de
profissionais na atenção básica que, em setembro, médicos estrangeiros
devem começar a desembarcar na Paraíba. Se a expectativa do Governo
Federal não se concretizar, a tendência é que esse déficit aumente ainda
mais, pois o Ministério da Saúde promete mais 886 vagas para médicos no
Estado, com a criação de 268 unidades de saúde.
Déficit também afeta a Capital
Na lista dos 107 municípios da Paraíba com carência de médicos, não
constam apenas cidades distantes do interior. João Pessoa também foi
considerada como uma das cidades que sofre com déficit de médicos. Assim
como ela, outras 200 capitais ou regiões metropolitanas foram listadas
pelo MS.
De acordo com o secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto
Fulgêncio, a Capital precisa de 20 médicos para a atenção básica. “Pela
primeira vez, essa semana conseguimos novas contratações e fechamos nos
180 profissionais, deixando um para cada equipe de USF. Historicamente,
sempre faltavam 10 ou 15. Mas, ainda precisamos de mais 20, porque temos
ausência de médicos em algumas dessas unidades ocasionadas por
afastamentos legais, férias e licença saúde”, explicou.
O secretário confirmou que o município vai se inscrever no programa e
afirma que se existir disponibilidade, contratará mais do que os 20.
“Se tiver 40, eu contrato. Porque se eu demitir um médico hoje, não
tenho quem colocar no lugar”, disse. Segundo o gestor, as áreas com
maior déficit de médicos são as periferias. “O problema não é a condição
de trabalho, mas que realmente faltam médicos na Paraíba. No Estado, a
maior concentração de profissionais é em João Pessoa. Na Capital, a
centralização é na Epitácio Pessoa, na praia e no Centro da cidade”. A
Paraíba tem 1,17 médico por habitante, média abaixo da nacional, que é
de 1,83 médico por habitante. Em 700 municípios não há um médico
residindo no município.
Com Portal Correio