Na Paraíba, um estudante pobre, com renda familiar de no máximo um salário mínimo, tem apenas 3% de possibilidade de estar no grupo de 10% dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que obtêm as melhores notas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (21) e integra o primeiro relatório do Núcleo de Estudos em Economia Social (NEES), formado por alunos, pós-graduandos e professores da UFPB.

De acordo com o boletim “Nota do Enem e Background Familiar: Uma Avaliação dos Estudantes Paraibanos”, um estudante considerado rico, com renda a partir de nove salários mínimos, possui a probabilidade de 49% de fazer parte do grupo das melhores notas. Em comparação, um estudante pobre precisa se esforçar 16 vezes mais que um estudante considerado rico.

O relatório aponta ainda que, além da renda familiar, o grau de escolaridade dos pais dos estudantes interfere diretamente no desempenho no Enem. A possibilidade de um estudante filho de mãe analfabeta tirar uma nota superior à média nacional é de aproximadamente 27% contra 69% caso a mãe seja graduada, aponta o estudo.

Por fim, o boletim da NEES ressalta que os resultados apontam um maior grau de desigualdade de oportunidades para Paraíba e para a Região Nordeste, quando comparado à Região Sudeste. O documento sugere inclusive que ser filho de pais analfabeto na Paraíba e na Região Nordeste tem uma influência maior que apresentar as mesmas circunstâncias na Região Sul ou Sudeste. Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 63% da população paraibana com 25 anos ou mais não tem instrução ou não concluiu o Ensino Fundamental.
 
Com G1

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