O número de carros e motos licenciados na Paraíba até fevereiro deste
ano, de acordo com os dados do Detran-PB, já alcança 902.201 veículos.
Deste total, 281.830 estão em João Pessoa e 136.730 em Campina Grande.
Em 2000, a frota paraibana era de 257.279 carros e motos, o que
significa que a quantidade de veículos aumentou em 246%, nesse período.
Considerando apenas o número de motocicletas, a evolução da frota
aponta um crescimento de 638% em 13 anos. No ano 2000, eram 51.962
motocicletas e, até fevereiro de 2013, são 389.438. As motocicletas já
representam 43% da frota paraibana. Em João Pessoa, no ano 2000, estavam
registradas 10.438 motocicletas. Essa quantidade subiu para 77.207, no
mês passado.
Nos últimos 12 anos, a frota de veículos pessoense cresceu 180,63%,
saindo de 100.427 veículos em 2000, para 281.830, em 2012. No mesmo
período, o total de moradores saltou de 597.934 para 742.478,
correspondendo a um aumento de 24,17%. As estatísticas mostram que João
Pessoa possui a média de 2,63 habitantes para cada veículo. Em 2000,
essa proporção era de 5,95. Com esses dados, o número de carros e
motos licenciados em João Pessoa cresceu 7,5 vezes a mais em relação à
quantidade de habitantes da cidade. É o que revelam os números
divulgados pelo Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran-PB) e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran),
tenente-coronel Paulo Sérgio Oliveira, a expansão na frota repercute no
crescimento das infrações de trânsito. Ele explica que isso ocorre por
falta de conhecimento das leis. “Por conta dos baixos custos, muita
gente compra carro ou moto, antes mesmo de retirar a habilitação. Essa é
a principal infração cometida, que dá origem a outras. Sem
conhecimento, eles descumprem normas de segurança e fazem a quantidade
de multas subir”, comenta.
Para o oficial, o crescimento da frota não é preocupante, porque o
maior fluxo de carros e motos nas ruas não é o motivo de acidentes. “Nas
rodovias, a maioria dos acidentes ocorre por ultrapassagens indevidas e
excesso de velocidade. Já nas cidades, as causas são descumprimento das
regras de trânsito, uso de celular, falta de atenção e a pressa”,
destaca.
Desde o ano passado, o Código de Trânsito Brasileiro sofreu
alterações para tornar as normas de trânsito mais rígidas. A última
mudança ocorreu em fevereiro de 2013, às vésperas do Carnaval, na Lei
Seca. Desde o mês passado, os condutores que forem flagrados dirigindo
sob efeito do álcool poderão ser punidos, com base em relatos de
testemunhas, relatório escrito por policial e por imagens de fotos e
vídeos. Antes, a punição dependia de exames, que o condutor não era
obrigado a fazer.
Na opinião do comandante do BPTran, a adoção de punições mais
rigorosas é uma das medidas que contribuem para reduzir o número de
acidentes. “Não tem sentido em querer que a frota não cresça. Em países
desenvolvidos, como Japão, há número maior de veículos, sem ocorrência
alta de acidentes”, salienta. “O maior desafio é garantir a segurança
no trânsito. Para isso, as autoridades precisam intensificar a
fiscalização, tornar as leis mais rigorosas, melhorar a sinalização e
educação do condutor”, ressalta.
O QUE DIZ A SEMOB
Em João Pessoa, as medidas para melhorar o trânsito são de
competência da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob). De acordo
com o órgão, o total de multas aplicadas na cidade, subiu de 82.937, em
2010, para 83.881, em 2012.
O titular da Superintendência, Nilton Pereira, disse que o governo
municipal vai implantar projetos com a finalidade de reduzir a
quantidade de carros. “Para cada criança que nasce, sete novos carros e
motos são colocados nas ruas. Isso é uma conta que não fecha. O que
temos que fazer é tornar a população menos dependente do carro. Para
isso, estamos investindo em transporte público”, salientou.
O superintendente da Semob ainda disse que a implantação dos BRT (Bus
Rapid Transit) vai melhorar a situação do tráfego em João Pessoa. Os
BRT são veículos longos, com capacidade de acomodar até 150 passageiros e
que circularão nos principais corredores da cidade. “Acreditamos que a
população vá usar mais os ônibus e menos os carros”, declarou.