A cantora baiana Daniela Mercury participou ontem, no início da tarde, de uma audiência no fórum da cidade de Esperança, no Agreste paraibano, para tratar sobre a adoção de uma criança e duas adolescentes naturais da cidade, que ela cria há quase dois anos.
Daniela chegou ao local por volta das 12h10, na companhia da
assessora e da advogada e disse que sempre teve vontade de adotar uma
criança. “Eu fui mãe muito cedo e sempre tive vontade de adotar uma
criança para aumentar a família. Através de Elba Ramalho fiquei sabendo
do trabalho da casa de apoio Nosso Lar e vim fazer uma visita, onde me
encantei com essas três meninas.
De imediato tomei conhecimento que elas estavam disponíveis para
adoção e como já tinha o meu cadastro como interessada em realizar a
adoção, entrei com o processo”, relatou a cantora.
De acordo com Daniela, a família se estendeu de forma ainda mais
nordestina. “Tenho muito amor para dar. Como meus filhos cresceram e eu
ainda tenho amor suficiente pra eles e para tantos outros, nada melhor,
como embaixadora da Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância), do
que distribuir esse amor. E com crianças tão nordestinas quanto eu, fico
ainda mais realizada.
Espero que esse meu gesto motive outras pessoas a fazerem o mesmo e
distribuir amor e carinho com as crianças que tanto precisam”, frisou.
Após ouvir a cantora e testemunhas, o juiz Jailson Shizue Suassuna,
da Comarca de Esperança, decidiu conceder a adoção da criança de três
anos a Daniela. Com a adoção, a menina passa a ser reconhecida como
filha da cantora, com os mesmos direitos dos filhos biológicos,
inclusive tendo direito a herança. A menina também passa a ter novo
registro de nascimento, no qual consta em seu nome o sobrenome da
cantora e do seu ex-marido, Marco Scabia.
O juiz também resolveu antecipar as audiências previstas para tratar
sobre a guarda definitiva das duas adolescentes de 11 e 14 anos. A
sentença do magistrado também foi favorável a Daniela, que passou a ter a
guarda definitiva das duas. Com a guarda definitiva, Daniela e o
ex-marido passam a ser cuidadores das garotas, ficando responsáveis por
todos os cuidados e educação que elas precisam. Agora, a guarda
definitiva vai entrar no período de avaliação e convivência, no qual
será observada a criação de laços afetivos familiares entre elas.
Posteriormente, havendo interesse da cantora, ela poderá entrar com
processo de adoção das duas meninas.
Conforme o advogado Félix Neto, que representa o escritório
contratado pela cantora para tratar do caso, a criança de três anos e a
adolescente de 11 anos são irmãs e Daniela não quis separar as duas.
Ainda segundo Félix, elas antes de serem acolhidas pela cantora viviam
em situação de risco e foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar para a
casa de apoio.
Durante os últimos dois anos, Daniela já convivia na casa dela, no
estado de São Paulo, com as três e por determinação da Justiça, uma
equipe de assistentes sociais acompanhou a família por este período. Um
relatório com a evolução da afetividade entre as partes foi encaminhado
para o juiz da cidade de Esperança e foi decisivo para o juiz decidir
sobre o caso. (Colaborou Tatiana Medeiros)
Com Artur Augusto do JP
Publicado em 26 de fevereiro de 2013