Eles não têm compromissos, obrigações ou contas para pagar, mas ainda assim 7,2 milhões de crianças e pré-adolescentes de 10 a 14 anos já possuíam telefones celulares no país em 2011, ou seja, 41,9% do público nessa faixa etária. O total é 2,1 milhões a mais do que o observado em 2009, quando essa fatia correspondia a 29,3%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As crianças nessas faixas fazem parte da parcela da população que teve o segundo maior aumento percentual (+12,5 pontos percentuais) de 2009 a 2011.

De olho nesse nicho, as empresas de telefonia móvel já miram nessa geração, inclusive, para o Dia das Crianças. O gerente de serviços de valor agregado da Oi, Gustavo Alvim, diz que a operadora está mapeando o crescimento do número de usuários entre 10 e 14 anos e identificou que são indivíduos que já foram alfabetizados digitalmente, que se comunicam em tempo real e que não têm barreiras tecnológicas.

Já a Tim desenvolveu um plano exclusivo para o público pré-adolescente e jovem. “Por meio das redes sociais [conversando com usuários que tiveram a oportunidade de experimentar em uma versão piloto da oferta], a Tim definiu – inclusive – as tarifas do plano, acesso à internet e envio de torpedos”, diz a assessoria. A proposta da Tim é de reduzir o preço dos aparelhos para possibilitar uma melhor experiência de navegação ao usuário sem que ele tenha de que se preocupar com as limitações de renda na hora da aquisição desses equipamentos.

As estudantes do colégio Kairós, em João Pessoa, Ingrid Rocha, Mayana Dantas, Débora Pontes e Ana Lívia Silveira, todas na faixa entre 9 e 11 anos, estão dentro do universo que a tecnologia chegou mais cedo. Ingrid, que tem nove anos, usa o aparelho para se comunicar com os pais. “Não uso internet porque é paga, mas sei mexer em tudo. Converso com meus pais e eles confiam em mim”, afirma. Com base nisto, Gustavo Alvim conta que os telefones móveis oferecem conforto e segurança para os pais, pela possibilidade de estarem em contato permanentemente com seus filhos. Mayana acrescenta que, com o zelo dos pais, não tem porque ter medo. “Eles sempre estão acompanhando”, assegura.

O celular chegou ainda mais cedo para Júlia Lino de Alencar Galdino, que ganhou seu primeiro celular aos seis anos, presente de sua tia Zailda Lino de Almeida. O telefone serve para facilitar a comunicação com o pai por mensagens (MSN), que é surdo.

Júlia, que completou este mês sete anos, cursa o 2º ano do ensino fundamental, no Colégio Século, costuma se comunicar com sua prima em Pernambuco. “Gosto de falar também bastante com meus familiares”, declara sem timidez.

Ana Lívia, de nove anos, conta que tem um aparelho com acesso à internet, e vários aplicativos. “Quando tem Wi-Fi por perto acesso o You Tube, o Google e as redes sociais. Para ligar, ligo muito para minhas amigas”, finaliza.

Com Maria Livia Cunha do JPOnline

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