Dados
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) constataram que a Paraíba tem o segundo
pior salário para os servidores públicos.
De acordo com a pesquisa o salário médio no Estado é de R$ 1.304,
esse valor é quase 50% a menos do que a média nacional dos servidores
públicos que é de R$ 2.458. A Paraíba só perde para o Estado de Alagoas
que tem salário de R$ 1.285.
Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal registra o salário
médio mais alto, R$ 3.713, alavancado pela quantidade de servidores
públicos, segundo a Rais.
Entre as categorias de ocupação, de acordo com o IBGE, os
funcionários públicos foram os que tiveram o rendimento médio real mais
alto em maio de 2012, R$ 2.993. Trabalhadores do setor privado, com e
sem Carteira de Trabalho, ganharam entre R$ 1,5 mil e R$ 1,2 mil,
respectivamente. Os autônomos tiveram rendimento de R$ 1,5 mil no mesmo
período. Essa diferença salarial segue o mesmo padrão desde maio de
2011.
Nos grupamentos de atividades, conforme o IBGE, os serviços
tradicionalmente prestados pela administração pública aparecem como os
mais bem remunerados. Funcionários das áreas da saúde, da educação, de
serviços sociais, da defesa e seguridade social tiveram rendimento médio
de R$ 2.391 em maio deste ano. Os serviços domésticos e o comércio, por
outro lado, são os setores que registraram os rendimentos mais baixos,
R$ 701 e R$ 1,3 mil, respectivamente.
Desde 2004, houve 133% de aumento na folha de pagamento dos
servidores federais, de acordo com o Boletim Estatístico de Pessoal do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog). De R$ 64,7
bilhões em 2003, os gastos com salários subiram para R$ 151 bilhões no
final de 2011.
Há quase três meses cerca de 30 setores do funcionalismo público
federal estão em greve, reivindicando aumento de salários. Os setores
paralisados ainda estão em processo de negociação com o governo. Segundo
argumentou o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, todas as
carreiras do serviço público federal nos últimos dois anos tiveram ganho
real nos salários acima da inflação do período.
“Algumas [carreiras] chegaram a ter ganho real de mais de 100% acima
da inflação nos últimos dez anos. É o que diz a presidenta Dilma
Rousseff, que neste momento de crise financeira internacional em que o
Estado brasileiro busca medidas para amenizar os efeitos, a preocupação
principal é a manutenção dos postos de trabalho daqueles que não têm
estabilidade”, disse o ministro. Ele informou que apesar disso, o
governo reconhece a natureza e a legitimidade dos movimentos
reivindicatórios e irá tratar as propostas caso a caso.
Para o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço
Público Federal (Consef), Josemilton Costa, apesar de os salários serem
mais altos, os servidores têm menos garantias caso sejam exonerados. Daí
a necessidade de revindicar os aumentos.
“Nós não temos negociação coletiva, Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), pagamento de hora extra, data-base (renegociação de
contrato) ou participação nos lucros. Se o PIB [Produto Interno Bruto]
aumenta, não temos participação. Se amanhã for exonerado, vou com uma
mão na frente e a outra atrás”, explicou Costa.
Com Agência Brasil