O chamado Multirão Carcerário, desde o início de sua revisão e processos, no mês de
julho, já libertou 358 presidiários na Paraíba sendo 328 em João
Pessoa, do presídio do Róger e Casa de Detenção Feminina Júlia
Maranhão, e 30 em Campina Grande, no presídio Serrotão. Eles foram
beneficiados pelas mudanças no Código de Processo Penal que impedem que
réus primários, acusados de cometerem crimes cuja pena é inferior a
quatro anos de reclusão, sejam mantidos em presídio, aguardando pelo
julgamento.
Na cidade de Guarabira, o Mutirão começou na última terça-feira e até o
momento já revisou 64 prontuários e requeriram 15 pedidos de liberdade
para os detentos do presídio João Bosco Carneiro. Para a defensora
Pública, Persinandes Rocha, o processo de libertação tem entre as
etapas mais delicadas o levantamento da primariedade. "Só tem direito
quem é réu primário, então tem que examinar com cuidado para não
devolver à sociedade alguém que já seja reincidente. Mas se são
primários e se é lei, então eles têm o direito à essa liberdade",
explicou.
Para o povo, entretanto, o impacto do benefício é um crescimento no
medo. Em entrevista, dez entrevistados foram unânimes em afirmar que
esses ex-detentos seriam agora um problema a mais para a sociedade e
que acreditavam que, com essa libertação, a criminalidade iria piorar.
Com Hora Extra
