Mais de 830 mil caprinos e ovinos formam o rebanho da Paraíba atualmente, levando em consideração o censo realizado pelo Governo do Estado no ano passado, que contabilizou 762.262 animais e uma estimativa de crescimento anual de 10%.
Embora não confirmada pela Associação Paraibana dos Criadores de Caprinos e Ovinos (Apacco), a caprinovinocultura deve movimentar, por ano, a quantia aproximada de R$ 25 milhões no estado, que é o quarto produtor da região Nordeste.
A caprinovinocultura está presente em todos os 223 municípios paraibanos, embora a concentração maior esteja na região do Cariri, que acaba se transformando na base da economia destes municípios e constitui um importante viés econômico, na avaliação do presidente da Apacco, Luiz Gonzaga Targino Moura.
A caprinovinocultura é uma importante atividade pecuária para a região, segundo ele, porque mantém o homem no campo, oferecendo oportunidades e melhoria das suas condições de vida. Mas para o presidente da Apacco, ainda é preciso implantar uma maior regularidade na produção, o que trará vantagens para o produtor e também para o consumidor. A meta dos criadores é que, em cinco anos, a caprinovinocultura tenha um mercado assegurado, com a consolidação da sua cadeia produtiva.
Para fechar essa cadeia produtiva, que inclui a preparação dos caprinos e ovinos para abate, a produção, a criação e a comercialização dos animais, a Apacco e o Sebrae deram início neste ano a reuniões com os criadores. "A Apacco vai instalar centro de terminação em locais diversos que concentram a caprinovinocultura e o produto receberá um Selo de Qualidade", explicou Luiz Gonzaga.
Os criadores receberão extensão rural e acompanhamento, programa de cruzas e assistência, que fazem parte do plano estratégico, que está sendo elaborado. "Estaremos produzindo com mais qualidade", disse o presidente da Apacco, adiantando que no próximo dia 10 será realizada uma nova reunião e que, a partir de abril do próximo ano, o plano de fechamento da cadeia produtiva começará a ser executado.
Paraíba é destaque na produção brasileira
A Paraíba é o primeiro estado do Brasil na produção de caprinos e ovinos de elite, além de possuir a melhor genética da raça Santa Inês do país. Apesar disso, a produção não consegue abastecer 10% do consumo interno, o que acaba encarecendo o produto. Sem o controle sobre o abate, que é considerado hoje uma das maiores dificuldades dos caprinovinocultores, a Paraíba está deixando de fechar negócios com outros estados, além de não atender à demanda interna, disse o presidente da Apacco.
Semanalmente, somente no Parque de Exposições Carlos Pessoa Filho, em Campina Grande, são abatidos cerca de 3 mil caprinos. A produção de leite, por sua vez, chega a 20 mil litros por dia em todo o estado e apesar de ser a maior da região Nordeste, é considerada pouca e relacionada à compra pelo setor público, que acaba limitando a capacidade produtiva. "Precisamos organizar mais também este setor", afirmou o representante dos criadores.
Na categoria caprinos e ovinos de elite, embora a situação da Paraíba seja privilegiada noBrasil, a pretensão dos produtores é melhorar ainda mais a genética dos animais destinados ao abate, o que vai garantir mais peso e mais leite.
O queijo de cabra também vai merecer destaque na cadeia produtiva, porque atualmente é produzido apenas em alguns nichos do Estado, assim como o couro, que é utilizado no polo calçadista de Campina Grande. A Apacco possui 320 produtores associados atualmente e a ampliação do número de associados também é uma das metas.

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